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Ângela Schiezari Garcia

Autor: Ângela Schiezari Garcia

Olimpíadas Parte 2 - Sede no Rio de Janeiro: Curiosidades, prós e contras.

27/6/2016 - São Roque - SP



 

De acordo com dados obtidos na mídia os Jogos Olímpicos de 2016, oficialmente Jogos das XXXI Olimpíadas, serão realizados no Rio de Janeiro, no período de 5 a 21 de agosto e contarão com investimentos bilionários, que englobam desde projetos de revitalização urbana beira-mar, com cerca de 700 km de redes públicas de abastecimento de água, saneamento, drenagem, eletricidade, gás e telecomunicações, 4 km de túneis, 70 km de estradas, 650 km² de calçadas, 17 km de ciclovias, 15 mil árvores e 3 estações de tratamento de esgoto.

O logotipo escolhido para o evento representa a união de três figuras humanas unidas pelas mãos e pés nas cores verde, amarelo e azul, simbolizando a cultura acolhedora e receptiva do brasileiro, o morro do Pão de Açúcar, um dos mais famosos cartões postais do Rio de Janeiro. Os números formam "2016" e a palavra "Rio”. Vinicius e Tom são os nomes dos mascotes oficiais dos Jogos Olímpicos.

A tocha olímpica produzida em alumínio reciclado tem acabamento acetinado. Ela é formada por seis segmentos que se abrem quando é acesa (conhecida como “momento do beijo”) e remete à paisagem natural do Rio de Janeiro e do Brasil. O topo dourado da tocha é uma referência ao céu e ao sol; o recorte inferior na cor verde representa a montanha do Pão de Açúcar, o Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea. Logo abaixo na cor azul está representado o mar, e em azul escuro o calçadão de Copacabana. A malha triangular no final da tocha representa os três valores olímpicos: excelência, amizade e respeito. O revezamento da tocha está sendo feito por 12.000 carregadores em 83 cidades brasileiras.

As belezas naturais do Rio de Janeiro, tão admiradas por turistas do mundo inteiro, são atrativos incontestáveis, assim como o clima agradável do inverno carioca.  Estas são vantagens desta sede olímpica.  Entretanto há desvantagens responsáveis por uma péssima imagem do país no exterior, destacadas nas recentes notícias de nosso panorama político, econômico e social, incompatíveis com o nível de exigência e organização para um evento desse porte.

Entre os diversos aspectos discutidos por especialistas existem inúmeros problemas relacionados à organização, infraestrutura, segurança, moradia, saúde e educação, alguns deles destacados abaixo, já podem indicar os grandes riscos e desafios para a realização dos Jogos Olímpicos e a provável herança de “dívidas e problemas de toda ordem”.

Em 09 de maio de 2014, o tabloide britânico London Evening Standard reportou que o vice-presidente do COI, John Coates, alegou que a preparação do Brasil seria a "pior que ele havia experimentado" e reclamou que os projetos de construção e de infraestrutura estavam severamente atrasados. Segundo o jornal, "o COI formou uma força especial para acelerar e auxiliar a organização dos Jogos, mas a situação continuava crítica" e concluiu que uma intervenção em uma cidade-sede "nunca havia acontecido". As críticas do dirigente repercutiram na mídia mundial. Em 2016, porém, Coates, também presidente do Comitê Olímpico Australiano, numa segunda visita ao Rio meses antes do início dos Jogos declarou estar realmente bem impressionado com os avanços realizados pelo Comitê Organizador, acreditando que os Jogos seriam entregues com propriedade.

Os problemas de segurança da cidade têm recebido maior atenção com a implantação de programas para controlar os níveis de criminalidade nas favelas locais, por meio de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), com o objetivo de conquistar a confiança das comunidades, por meio de patrulhas de rua e do trabalho cívico. Resta saber se esse desafio gigantesco será solucionado até a data dos jogos, ou será encoberto com ações paliativas, já que os telejornais relatam casos sucessivos de violência contra àsUPPS.

Para certas regiões da cidade do Rio, a realização dos Jogos Olímpicos tem trazido alguns impactos negativos. Denúncias por parte da Relatoria Especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada detectam a presença de despejos forçados em algumas áreas da cidade, especialmente na Zona Oeste, considerado o epicentro dos Jogos Olímpicos.

Com relação aos dados da saúde, cerca de 1.400 atletas velejarão nas águas da Baía de Guanabara, nadando na praia de Copacabana e praticando canoagem e remo nas águas insalubres da Lagoa Rodrigo de Freitas. Em julho de 2015 a agência de notícias Associated Press encomendou testes para avaliar a qualidade da água nos locais de competições e na água da Praia de Ipanema, local muito frequentado por turistas mas onde não acontecerá nenhum evento olímpico. Os resultados dos testes indicaram altas contagens de adenovírus, rotavírus, enterovírus e coliformes fecais em algumas amostras. Esses vírus podem causar doenças estomacais, respiratórias, diarreia aguda e vômitos, além de doenças cerebrais e cardíacas mais graves e mais raras. As concentrações dos vírus foram aproximadamente as mesmas encontradas no esgoto puro. A Lagoa Rodrigo de Freitas declarada segura para remadores e canoístas apresentou as águas mais poluídas dos locais de competições, com resultados que variam de 14 milhões de adenovírus por litro no extremo inferior a 1,7 bilhão por litro no extremo superior.

Na candidatura olímpica, as autoridades cariocas prometeram um programa governamental de 4 bilhões de dólares para expansão da infraestrutura de saneamento básico. Como parte do seu projeto olímpico, o Brasil se comprometeu a construir unidades de tratamento de resíduos em oito rios para filtrar boa parte dos esgotos e impedir que toneladas de resíduos caseiros fluíssem para a Baía de Guanabara, mas apenas uma foi construída. O governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, reconheceu que "para a Olimpíada não dá tempo" de terminar a limpeza da baía. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que foi uma "pena que as promessas olímpicas não tenham sido cumpridas”, acrescentando que os jogos estão se mostrando "uma oportunidade perdida" no que diz respeito à qualidade das águas.

Os prós com relação à realização das Olimpíadas se referem à criação de empregos nas obras do Parque Olímpico, ao incremento de recursos financeiros com a chegada dos turistas, à busca por um nível de segurança superior na prevenção de assaltos e arrastões, aos investimentos e divulgação de esportes poucos conhecidos no Brasil, bem como à valorização de atletas, ao incremento de meios de transportes mais eficazes e rápidos, ao investimento na educação devido à necessidade de aperfeiçoamento de novos idiomas, entre outras tantas oportunidades que o otimismo e a criatividade do brasileiro conseguem aproveitar e pressentir.

Porém, as desvantagens relacionadas ao gasto excessivo de verbas públicas, ao possível aumento de impostos após os jogos, ao risco de assaltos e aos altos índices de violência, ao grande número de cambistas (preços abusivos de ingressos), à poluição da lagoa Rodrigo de Freitas, expondo a saúde dos atletas, além dos riscos com as epidemias da febre Chikungunya e do Zika vírus são fatores relevantes e devem ser considerados.

Prestes a mostrar uma realidade cruel vista aos olhos do mundo, o Brasil está pronto para dar um vexame, exceto se o gigante pela própria natureza, simbolizado na figura do Cristo Redentor, fizer resplandecer em cada brasileiro a chama olímpica com seus princípios nobres e sagrados.

Que a fé remova as montanhas e que o bem triunfe sobre a ganância desmedida do Homem. Se a consciência de valores morais não for despertada, o único caminho será aprender pela dor.

“A semeadura é livre e a colheita obrigatória”.

 

 

Ângela Schiezari Garcia

CREF 000690-G /SP - CREFITO 162573-F

Educadora física e fisioterapeuta

Terapeuta Floral - Joel Aleixo

Osteopata, terapeuta self-healing e de leitura biológica

 

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