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Flaviana Souza

Autor: Flaviana Souza

A homossexualidade na Arte e a obra de Steve Walker

15/8/2017 - São Roque - SP

 

A homossexualidade na Arte 

Assim como a moda, a relação da sociedade com a homossexualidade é sazonal. Há períodos da história, como na Grécia Antiga, em que o homossexualismo não só é aceito como é estimulado. Já em outros períodos, como na atualidade, a liberdade de escolha sexual enfrenta grandes barreiras de preconceito e agressões.

Se quiser saber como era determinado comportamento em determinada época, basta buscar pelas representações artísticas desse momento histórico. A Arte (arte visual, literária, teatral, musical e a dança)  atua como uma grande fotografia que imprime a cultura e o pensamento de uma época. É essa mesma Arte que mostrará, ao longo da história, o homossexualismo de modo explícito em alguns momentos, disfarçado em outros, mas nunca inexistente.

Se, apenas de alguns anos para cá, a homossexualidade passou a ser representada nas novelas brasileiras (e causar muita discussão), há muito ela vem sendo retratada nas artes visuais. Entre os séculos 15 e 11 a.C., dados históricos formais de registros antigos relatam homossexualidade na dinastia Shang. O termo 'Luan Feng' foi usado para descrever a homossexualidade no 'Dinastia Shang Records'. Durante a dinastia Qing foram feitas gravuras de sexo entre homens. Porém, não há nenhum registro de lésbicas na história chinesa.

Falando no período Roma Antiga, o sexo entre dois homens era permitido socialmente e retratado na arte, mas, com a queda do Império Romano, toda a Europa passa por um retrocesso e vira-se para o puritano. Dar-se-ia início ao "entra e sai de moda" da homossexualidade.

Podemos citar artistas renomados e suas obras homossexuais como Renoir com "Les Baigneuses"; Luca Giordano, mestre do barroco de Nápoles, com "Betsabé no Banho;  Boucher e o Banho de Diana; o pintor flamengo Rubens em "A Ninfa de Calisto; O Banho Turco de Ingres; Courbet e suas amigas; Toulouse Lautrec e suas amigas prostitutas... 

Na literatura o tema também é muito abordado por talentos como o poeta Lord Byron que fazia apologia da bissexualidade e dizia que o que era aceitável para a aristocracia nem sempre valia para as classes mais baixas. 

Vixi, é assunto para dias e mais dias...

 

Steve Walker

Steve Walker é um pintor canadense, nascido em 1973 que começou a pintar aos 25 anos de idade após uma longa viagem à Europa. O real motivo que o levou a pintar foi a impotência que sentiu ao ter conhecimento de uma doença que estava dilacerando famílias, amigos, conhecidos e desconhecidos da minoria homossexual: a Aids*. Homossexual assumido, sentindo a necessidade de fazer algo, pintar foi a forma que encontrou para superar sua impotência e tentar tornar o mundo e as pessoas, menos cruéis e as feridas menos dolorosas.

Para Steve, suas pinturas não retratavam homossexualidade ou homossexuais, não existe essa divisão. Seu trabalho trata do amor, do ódio, da dor, do toque, da beleza, da solidão, da atração, da esperança, da vida e da morte. Seu tema principal era a sua realidade, o verdadeiro mundo gay e a verdade e voz daquelas pessoas que estavam padecendo em leitos de hospital.

Suas obras imprimem aspectos do cotidiano da vida contemporânea exibindo a intimidade entre dois homens e/ou a beleza do corpo masculino utilizando de uma linguagem dramática, sofisticada e sedutora. Seu trabalho já foi exposto em renomadas galerias do mundo, como Toronto, Montreal, Nova York e Filadélfia.

 

Pintura de Steve Walker

Fonte: www.stevewalkerartist.com

 

*A Aids por muito tempo foi considerada doença de homossexual por ser, no início, mais difundida no universo gay.

 

 

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