Autor: Albertino Lima Ribeiro
“Opor obstáculo à Lei é abrir a porta para a violência” – Ptahotep, sábio egípcio - 2380 a C.
Vivemos tempos difíceis em diversos lugares do mundo, mas aqui no Brasil assistimos, dia após dia, a destruição do estado de direito antes mesmo que este chegue à sua maturidade. Homens que deveriam ser guardiões da Lei, tem sido os seus salteadores, despojando o poder judiciário de sua áurea promotora de justiça e paz.
Alguns homens de toga vem se portando de maneira escandalosa e visivelmente parcial em suas decisões, lançando as instituições a um nível de descrédito só visto em períodos ditatoriais.
A mais alta corte do nosso país tem dado esse tom desafinado e ruidoso, provocando desconfiança na população e abrindo às portas para a violência de todo tipo, inclusive, uma violência moral que nocauteia as esperanças do povo brasileiro.
A lava jato lançou luz sobre os bastidores de nossas instituições e permitiu que o povo brasileiro pudesse confirmar aquilo que já desconfiava, mas evitava acreditar. Gostaríamos muito que tudo não passasse de mais “uma teoria da conspiração”, mas não é.
Em um país onde a lei é respeitada nenhum magistrado agiria de forma indecorosa e parcial sem ficar impune e até perder o cargo. Da mesma forma, em um país onde o direito não é distorcido , seria improvável um juiz não se declarar suspeito de julgar um caso em que um parente ou amigo seu é acusado de um crime. É lamentável, mas existem autoridades cujo excesso de confiança, e o pouco caso que fazem do direito é tão grande, que agem da maneira que bem entendem, afrontando as instituições e toda a sociedade.
Talvez esses juízes, que hoje envergonham o judiciário, devessem visitar os ensinamentos dos sábios do antigo Egito, onde já havia o entendimento que a Lei é algo que não pode ser aviltada e nem sofrer obstáculos, pois o resultado colocaria em risco a paz de toda uma nação.
Ainda hoje é possível ler na lápide de um juiz do antigo império egípcio : “nunca permiti que um homem dormisse descontente por qualquer motivo. Eu levo a paz”. Essa antiga inscrição deveria encher-nos de temor. Dito de outro modo, se a paz é nutrida pela prática da justiça, então o que está por vir se o que temos visto é justamente o seu oposto?
Será que algum magistrado desse país merecerá esse honroso epitáfio, deixando uma lição para as futuras gerações? Quero acreditar que sim! Para o nosso bem e para a conquista de uma paz duradoura, em algum lugar onde se bata um martelo da justiça, devem existi pessoas dignas dessa honra.