COLUNISTAS
Autor: Albertino Lima Ribeiro
A economia que o ser humano precisa.
19/10/2017 - São Roque - SP
Richard Thaler é o laureado com o prêmio nobel de economia deste ano. Interessante ´que o nobre economista é da universidade de Chicago cuja tradição é neoliberal e defensora também da racionalidade humana na tomada de decisão. Um pensamento que vai de encontro a qualquer assistencialismo e intervenção do estado na economia e na sociedade.
Thaler é um economista comportamental. Essa linha postula que o ser humano não é completamente racional e nem sempre toma decisões acertadas, aliás, basta olharmos em nosso dia a dia, tanto as nossas ações como o comportamento dos que nos cercam. Com efeito, em certa medida, precisamos ser guiados pela mão de alguém e, sinto muito pelos radicais neo liberais de plantão, esse alguém é o estado e também outras instituições com poderes de implementar normas para o bem comum.
Antes que pensem que sou um radical de esquerda, quero que saibam que sou muito ligado a filosofia oriental que postula o equilíbrio, o caminho do meio. Assim como os arquétipos yin e yang que são opostos que se complementam.
Thaler defende um paternalismo libertário. É verdade! Parece uma contradição, né? Mas não é! É um casamento entre a liberdade de escolha e um empurãozinho ou cutucada para fazermos a coisa certa.
A Economia Comportamental ou Psicologia Econômica estuda os vieses da nossa mente. Estes nos levam a decisões inapropriadas que podem prejudicar-nos e prejudicar também a coletividade.
Conhecendo esses vieses podemos aproveitá-los a nosso favor, mas também evitá-los. Vamos ver alguns exemplos: a direção de uma escola americana, preocupada com a alimentação das crianças, resolveu fazer uma experiência e reposicionou o local onde os alimentos ficavam. A comida saudável ficou bem mais ao alcance das crianças enquanto a comida muito calórica e gordurosa ficou num lugar mais alto e de mais difícil acesso. Trabalhando com viés da zona de conforto, o resultado foi um maior consumo da comida saudável. Também nos EUA temos os formulários de contratação de emprego onde a opção pelo plano de previdência já está marcado. Se o funcionário não quiser aderir, tem que sair do seu "status quo" (isso dá trabalho) e declarar pela não adesão. Entende-se que será bom para o empregado, bom para a empresa e bom para a economia a referida tomada de decisão.
Poderia listar mais exemplos, mas se você chegou até essa parte do texto já deve estar cansado. Se eu continuar você vai ficar muito mais cansado ainda. Poderia escrever sobre a diferença entre carregar uma nota de 100 reais e dez notas de 10 reais na carteira ( a segunda opção é desaconselhável se você quer economizar).
É importante que essa nova maneira de se pensar a economia ganhe força. A economia comportamental não tem ideologia (direita e esquerda). É ciência pura e tem como objetivo melhorar a nossa qualidade de vida.
Finalizando, esse pessoal precisa pensar em uma maneira de fazer os homens realizarem o exame de próstata. o que poderia ser feito heemm?