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Albertino Lima Ribeiro

Autor: Albertino Lima Ribeiro

O bom às vezes é espelho do ruim.

23/2/2018 - São Roque - SP

Hoje o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, trouxe-nos duas notícias, sendo uma ruim e outra “boa”. Contudo, muitos não sabem que a notícia boa é apenas um espelho da notícia ruim.

O desemprego no Brasil fechou o ano de 2017 com uma taxa de 23,8%, um motivo de preocupação. Por sua vez, a taxa de inflação de 0,38%, que é motivo de comemoração, nada mais é do que um reflexo do alto nível de desemprego na economia.

Em uma economia instável como a nossa, a alegria de comemorarmos a queda da inflação e o cumprimento da meta do banco central é proporcional ao choro e lamento pelo crescimento do desemprego. Mas por que isso acontece?

Existe o que os economistas chamam de trade off ( conflito de escolha) entre inflação e desemprego. Uma queda no nível de preços na economia pode estar ligada a dificuldades que as empresas enfrentam para vender seus bens e serviços devido a uma baixa demanda.

Esse fenômeno pode ser representado pela curva de Fillips que mostra graficamente a relação inversa entre inflação e desemprego, ou seja, quanto menor o preço no gráfico, maior será a taxa de desemprego. Esse fenômeno ocorre porque a demanda da economia depende diretamente da renda das famílias. Sendo assim, em uma conjuntura onde o desemprego é alto, as famílias diminuem o consumo. Destarte, as empresas se veem obrigadas a fazerem promoções e reduzirem os preços.

Podemos verificar que trata-se de um mecanismo negativo de retroalimentação, porque mais desemprego significa menos receita para as empresas. Estas, por seu turno, reduzem o preço dos seus produtos para tentar vender mais, refletindo na queda da inflação.

Seria preferível convivermos com uma taxa de inflação um pouco maior, porque assim saberíamos que a economia está aquecida. Dito isso, não temos muito o que comemorar.

 

 

 

 

 

 

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