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Ângela Schiezari Garcia

Autor: Ângela Schiezari Garcia

Os perigos do sedentarismo e da atividade física mal conduzida.

2/8/2012 - São Roque - SP

A OMS (Organização Mundial da Saúde) apresenta-nos alguns dados de 2008, com relação à “atividade física insuficiente” correspondente a 31% da população adulta mundial, com mais de 15 anos de idade e refere-se ao sedentarismo como o quarto maior fator de risco de mortalidade global, responsável por pelo menos 21% dos casos de tumores malignos de mama e cólon, 27% dos casos de diabetes e 30% de doenças cardíacas.

Esse dado é preocupante, na medida em que as Américas são consideradas as regiões mais sedentárias do mundo, principalmente entre as mulheres. Segundo as pesquisas, a atividade física pode ser desencorajada devido à violência, tráfego intenso de automóveis, baixa qualidade do ar e poluição, calçadas inadequadas, falta de parques, aparelhos esportivos ou de recreação.

Os dados obtidos pelo Ministério da Saúde em abril de 2012 constatam que 14% da população adulta brasileira (quase 18 milhões de pessoas) não praticam qualquer tipo de atividade física (150 minutos semanais, em intensidade leve ou moderada, ou ainda, 75 minutos semanais, em intensidade vigorosa), independentemente do número de vezes por semana. 

Alguns pesquisadores questionam esse protocolo, pelo fato de que podem ocorrer inúmeros efeitos prejudiciais no jogo de futebol ou em qualquer atividade física realizada somente uma vez por semana, devido ao estresse cardíaco nos participantes não treinados, comprometendo assim os aspectos fisiológicos do exercício sobre o organismo. No entanto, essas pessoas poderiam ser consideradas ativas, dentro dos valores estipulados pelo Ministério da Saúde.

Os idosos da pesquisa que praticam atividade física com mais de 65 anos de idade, como forma de lazer, correspondem a 27,5% de homens e 18,9% de mulheres. Eles reclamam da falta de espaço adequado para a prática e a sensação da perda de sua importância social. Os programas em que há um trabalho de integração social são considerados efetivos para os idosos e devem incluir a hidroginástica, a dança e os grupos de caminhada.

De acordo com a pesquisa Vigitel (2011), realizada pelo Ministério da Saúde com 54.144 pessoas, Florianópolis lidera a classificação das capitais, com 41% de sua população adulta ativa versus Rondônia, no outro extremo com 26% de adultos ativos.

Sendo assim, o Ministério da Saúde propôs o combate ao sedentarismo por meio das Academias de Saúde, no programa previsto no Plano de Ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), com a meta de construir 4.000 polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer, até 2014.

A meta é priorizar as instalações das academias em espaços públicos próximos à população de baixa renda, que poderá aumentar a prática em pelo menos 30% e ter a orientação de profissionais da área de educação física para a prescrição de exercícios de forma personalizada, atendendo as necessidades individuais e promovendo a saúde.

Para reverter o quadro do sedentarismo a longo prazo, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha comenta sobre a importância em se investir na saúde das crianças e dos jovens, desde a educação física escolar. Estas crianças com excesso de peso e obesidade apresentam-se entre jovens de 18 a 24 anos de idade.

O fato de serem estimuladas excessivamente pela TV, vídeo games, computadores e outros tipos de divertimentos, numa tendência muito ruim no que se refere à desvalorização de bons hábitos, coloca em alerta os profissionais da área da saúde, pelo excesso de tempo dedicado aos eletrônicos em detrimento às atividades artísticas, culturais, esportivas e de lazer tão fundamentais ao desenvolvimento psicossocial dos indivíduos.

 

 

 

 

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