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Ângela Schiezari Garcia

Autor: Ângela Schiezari Garcia

O Álcool em atividade...

7/6/2013 - São Roque - SP

 

O hábito cultural do povo brasileiro, festivo e alegre por natureza motiva a ingestão de bebidas alcoólicas desde a mais tenra idade. O jovem inicia a jornada na vida social inspirado na rotina dos familiares, pais, vizinhos e amigos. A mídia exibe eventos esportivos e por meio de propagandas milionárias também reforça a ideia deturpada de que a bebida proporciona felicidade, status, poder, liberdade e realização ao indivíduo.

Coerente ou não, quando se fala em capitalismo, os efeitos maléficos da associação do álcool com a prática de atividade física passa para o último plano e nesse caso seria loucura apontar, por exemplo, que a ingestão alcoólica prejudica o desempenho de habilidades motoras, diminui a capacidade de trabalho muscular e pode gerar arritmias cardíacas.

Cada pessoa possui um nível de tolerância para a ingestão de bebida, devido à velocidade do metabolismo do álcool no fígado, a ingestão de alimentos antes ou à prática de exercícios físicos. Ainda há uma relação direta com o sexo, o peso corporal e outras variáveis.

O álcool produz vasodilatação periférica e favorece a hipotermia em ambientes aquáticos e frios. Caso a ingestão seja contínua desencadeará alterações patológicas no fígado, coração, músculos, levando às incapacidades e até a morte, devido a inibição na absorção de vitaminas do complexo B, responsáveis pelo metabolismo de carboidratos e proteínas. Há redução da força e da qualidade dos treinamentos, com desgaste do organismo, indisposição para o trabalho, estudo e demais atividades.

Durante a ingestão alcoólica, os órgãos internos realizam árduo trabalho: o estomago aumenta a produção de suco gástrico, o fígado aumenta a produção da bile para neutralizar toxinas e o intestino produz o suco entérico, dificultando o trânsito intestinal. A ingestão de água é importante no processo para repor os líquidos perdidos e remover toxinas acumuladas. O processo de absorção é rápido; mas o de eliminação, realizado na maior parte pelo fígado, seguido pela respiração e transpiração, é bem lento.

Dr. Dráuzio Varela associa a ação do álcool aos sistemas químicos cerebrais. Segundo ele, a pessoa fica mais relaxada, controla a ansiedade, filtra os estímulos e interage melhor. A partir do momento em que o consumo aumenta, o álcool atua em outros sistemas e causa sonolência ou muita agressividade. Ele cita que o processo mental de pensar, sentir, raciocinar, planejar é alterado sob o efeito dessa droga. As pessoas não elaboram emoções e desenvolvem certa rigidez de pensamento, tornando-se violentas de uma hora para outra. O dano provocado no cérebro, especificamente na memória é comum e considerado grave.

Os reflexos e as reações tornam-se lentos ao longo do tempo. Por esse motivo a pessoa sedentária, ativa ou atleta deve optar por hábitos saudáveis e caso queira ingerir bebidas, que elas sejam se preferência com baixo teor alcoólico, em pequenas doses, e que sejam consumidas esporadicamente.

Afinal, com tantos prejuízos advindos das bebidas alcoólicas, talvez fosse mais coerente e sensato buscarmos outras opções.

 

 

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