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Ângela Schiezari Garcia

Autor: Ângela Schiezari Garcia

Glúten: Vilão ou Mocinho?

5/11/2014 - São Roque - SP

por Thalita Ostolin

Nutricionista e Mestre em Biologia Molecular.

Ultimamente temos ouvido muito falar sobre o tal do glúten. Alguns profissionais da área dasaúde têm excluído deliberadamente o uso de produtos que contenham glúten da dieta dos seus pacientes, justificando que o mesmo é considerado um “veneno” para o organismo e que engorda. Celebridades, atrizes (e alguns anônimos que conheço) têm atingido resultados milagrosos após eliminar o consumo de glúten no dia a dia. Mas, será que isso foi comprovado? Será que erramos feio nesses mais de 2 mil anos utilizando esse vilão na nossa alimentação? Para começarmos a entender melhor essa questão, primeiro precisamos saber mais sobre o glúten.

O glúten é uma proteína presente em cereais como o trigo, o centeio e a cevada (a aveia não apresenta o glúten em sua estrutura, mas ela pode ser “contaminada” com essa proteína devido ao processamento na indústria realizado juntamente com esses outros cereais).  Isso quer dizer que essa proteína está presente em alimentos comuns à nossa mesa, o pão, as massas, as bolachas, a cerveja...então, perae!

Se retirarmos o glúten da dieta iremos consequentemente, retirar boa parte dos alimentos fonte de carboidratos e calorias, explicando os tais resultados milagrosos. Isso é bom? Não!

É essencial que na alimentação exista equilíbrio e, para que o corpo funcione de maneira saudável, precisamos ingerir SIM carboidratos na quantidade adequada. Alimentos derivados do trigo são muito importantes na dieta, principalmente os que utilizem o cereal de forma integral, assim como a aveia pura e simples, que tem papel comprovado na diminuição dos níveis de colesterol (falemos mais sobre isso em uma próxima oportunidade!).

Outro ponto, não menos importante, é que com esse “bafafá” apareceram vários produtos glúten free por ai. O fato de não conter glúten não quer dizer que o alimento seja saudável, pois geralmente esses produtos estão lotados de sódio, conservantes e gordura saturada. Com toda a certeza não vale a pena!

E, finalmente, segundo o Conselho Federal de Nutrição, o glúten só deve ser eliminado da alimentação de pacientes celíacos e alérgicos. A retirada indiscriminada do glúten dificulta o diagnóstico daqueles que de fato são intolerantes ou que têm doença celíaca já confirmada.

Como nutricionista, concordo plenamente com o que disse a Prof. Dra. Isabel Correia (Médica, Professora e Pesquisadora da UFMG) em um artigo no seu blog na internet: Não se pode basear em um único estudo para parar de usar este ou aquele nutriente ou qualquer substituto, ou ainda parar de indicar isto ou aquilo, ou até mesmo prescrever! E na discussão atual sobre o glúten não há nenhum consenso, por enquanto.

É evidente que devemos estar sempre atentos com a alimentação, evitar determinados alimentos/produtos, porem devemos discernir as informações e procurar em fontes seguras.

O equilíbrio na alimentação é a melhor forma de ser saudável!

 

 

Ângela Schiezari Garcia

 

CREF 000690-G /SP - CREFITO 162573-F

Educadora física e fisioterapeuta

Osteopata, terapeuta self-healing e de leitura biológica

Studio Prátik – Rua Pedro Vaz, 291 – Centro

São Roque – SP – CEP: 18130-490

Fone: (11)4784-6289

 

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