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Autor: jt

Adiante ou um passo para trás.

30/6/2017 - São Roque - SP

Sei que a pauta mensal, que vem se arrastando por um tempo é o pequeno grande Temer, mas não consigo parar de pensar que, favelas do Rio de Janeiro convivem com tiroteios e mortes provocadas pela polícia diariamente e paralelamente os índices de homicídios explodem em Pernambuco e em outros estados nordestinos. Já em São Paulo a PM já mata mais que crime de latrocínio, o município mais violento do país é justamente Altamira, no Pará, no coração do desastre "etnocida" chamado usina hidrelétrica de Belo Monte, na Amazônia.

Nos extremos do país, periféricos do campo e da cidade são os grupos sociais, os mais vulneráveis à violência letal do Estado e em geral e, são também as principais vítimas da omissão desse mesmo Estado, que não é capaz de prover saúde, terra, mobilidade, segurança, saneamento, educação e oportunidade de emprego e renda.

Nosso atual Brasil é um país hipercapitalista construído a partir do genocídio indígena e que segue o caminho de sangue com o recorrente genocídio da juventude negra, militarizando a sociedade, fazendo a gestão penal da miséria e concentrando terras, dinheiro e poder nas mãos de um punhado de bandidos que destroem nossos recursos naturais e comprometem o clima do planeta. E isso não é de hoje. O fato é que, fora algumas ações positivas resultado de muita luta social, o racismo estrutural não mudou sob governo de nenhuma legenda partidária. No fundo, parece não importar quem sente na cadeira de presidente, já que o governo trabalha exatamente para sustentar esse modelo - é só observar quais obras e setores atraíram a maior fatia do bolo de propinas listadas das delações, investigações e outras enrolações. Guerra às drogas + Ruralismo é um combo lucrativo, perverso e que perpetua o racismo sistêmico à brasileira, por isso a resistência indígena e o movimento pelo fim da guerra às drogas são a linha de frente contra o fascismo e por uma cultura de direitos humanos no país. Essas duas pautas deveriam ser capazes de nos unir para além de qualquer pleito eleitoral ou disputa narrativa. Dessa vez é só isso mesmo que tenho a dizer. E continuamos procurando nossa Epifania da vida, adiante.

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