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Fabiana Henriques

Autor: Fabiana Henriques

Heliporto da Petrobras na praia de Campos-RJ, uma possível porta de entrada do Coronavírus na Região

18/3/2020 - São Roque - SP

Pelo heliporto do Farol de São Thomé, única praia de Campos dos Goytacazes, interior do Rio, passam em torno de 1000 a 1500 trabalhadores embarcando e desembarcando para as plataformas da Petrobras, diariamente, vindos de todas as partes do Brasil e outros países.

Divulgação

 

 O número de casos suspeitos da Covid-19 deu um salto de mais de seis mil novos casos em 24 horas, no Brasil. Os dados da terça-feira (17) mostram 8.819 pessoas com suspeita de estarem com o coronavírus. Na segunda-feira (16), eram 2.064, ou seja, houve um aumento de 327% nos casos suspeitos. O estado de São Paulo registra a maioria, mais de cinco mil, além da primeira morte confirmada nesta terça.

Indiferente a esta situação, o heliporto da praia campista opera a todo vapor com aproximadamente 1.500 pessoas embarcando e desembarcando diariamente pelo terminal, que conta ainda com funcionários de diversas empresas atuando no local, com livre circulação entre pessoas vindas de vários estados do Brasil e muitas outras de fora do país.

O Sindicato dos petroleiros, Sindipetro-NF, preocupados com a situação, encaminhou ofício ao gerente executivo de SMS, Antônio Costa Diniz, pedindo providências. Na noite desta terça-feira 17, a diretoria do sindicato, Tezeu Bezerra (coordenador geral) e Leonardo Ferreira (Diretor), fez uma live na rede social da entidade e debateu sobre as ações tomadas até o momento pela Petrobrás para garantir a saúde, além dos direitos pactuados em acordo coletivo, dos milhares de trabalhadores e trabalhadoras que atuam nas instalações da empresa na região do Norte Fluminense. (Vídeo no final da matéria).

De acordo com o diretor do departamento de cultura do Sindipetro, Leonardo Ferreira, mesmo com os casos suspeitos da Covid-19, o terminal do heliporto São Thomé, está mantendo os trabalhos normalmente. - "No nosso ato pela P-36 na segunda 16, no heliporto, observamos que nem ao menos álcool gel havia. Os despachantes operacionais de voo da empresa Omni táxi aéreo, estão trabalhando de máscara e luva. Os voos geram em torno de 500 a 700 pessoas embarcando e 500 a 700 desembarcando, além dos próprios funcionários como: motoristas, pilotos, comissários de bordo, despachantes de voo, apacs, entre outros, trabalhadores diretos e indiretos do local. Dia de quinta é o dia de maior quantidade de pessoas circulando no local" - frisou Leonardo.

O médico Dr. Ricardo Garcia, assessoria de saúde do Sindipetro-NF, destacou que o sindicato não pode aceitar que a Petrobras trate o embarque e desembarque destas pessoas com normalidade, nesse enfrentamento ao Covid-19, tendo em vista o Farol de São Thomé, receber pessoas de vários lugares do Brasil e até mesmo de outros países. A Petrobras não tem como garantir que os trabalhadores a bordo ficarão imunes ao vírus nem como garantir que o vírus não vá circular no heliporto do Farol de São Thomé.

Tezeu Bezerra destaca que o trabalhador tem garantido na NR 37 e no acordo coletivo de trabalho, o direito de recusa - "qualquer coisa que atente a sua saúde e/ ou segurança é motivo para usar o direito de recusa", destacou.

O Sindipetro-NF, sabendo da importância das operações, tem mantido diálogo constante com os gerentes da área de saúde e segurança. e o executivo de SMS da Petrobras, onde uma série de posicionamentos são questionados. Sabendo que a ação da Estatal, até o momento, tem se mostrado insuficiente para a garantia dos direitos da categoria petroleira, o sindicato enviou na noite de terça-feira 17, um ofício com solicitações visando a defesa dos interesses dos petroleiros, cobrando que a Companhia efetue ações que efetivamente diminuam o risco de contaminação.

BRASIL

Em uma entrevista transmitida pela internet, sem a presença de repórteres, para diminuir o risco de contaminação do Covid-19, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Brasil vai enfrentar dois ou três meses de muito estresse.

Nós estamos imaginando que vamos trabalhar com números ascendentes, espirais ascendentes em abril, maio, junho. Nós vamos passar de 60 a 90 dias de muito estresse, para que, quando chegarmos em final de junho, julho, a gente imagina que entra no platô, agosto, setembro a gente deve estar voltando, desde que a gente construa a chamada imunidade de mais de 50% das pessoas”, explicou.

 

Secretarias estaduais de saúde contabilizam 387 infectados em 19 estados e no DF. Último balanço oficial do Ministério da Saúde aponta 291. A primeira morte foi registrada no estado de São Paulo.

 

Assista ao vídeo:

 

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