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Frias Neto Consultoria Imobiliaria

Autor: Frias Neto Consultoria Imobiliaria

Secovi-SP apresenta números do mercado imobiliário de Piracicaba

14/4/2022 - São Roque - SP

 

O Encontro Secovi-SP do Mercado Imobiliário de Piracicaba aconteceu na última quinta-feira (7), reunindo cerca de 150 pessoas no auditório da Frias Neto Consultoria de Imóveis.  Na ocasião, foram divulgados os dados da pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica sobre o último ano e trimestre do setor de imóveis em Piracicaba. O sócio-consultor da empresa, Guilherme Werner, apresentou informações que revelam a necessidade urgente de novos empreendimentos na cidade. Toda pesquisa estará disponível para consulta a partir da quarta-feira, 13 de abril, no site da Secovi-SP.

Além dos representantes da Secovi-SP, o vice-presidente do interior, Frederico Marcondes César; e o integrante da diretoria, Angelo Frias Neto, também diretor-presidente da Frias Neto Consultoria de Imóveis; estiveram presentes no encontro diversas personalidades do poder executivo, como o prefeito Luciano Almeida; o procurador geral do município, Guilherme Monaco de Mello; e secretários. Do legislativo, estavam o presidente da Câmara de Vereadores de Piracicaba, Gilmar Rotta; bem como o deputado estadual, Alex de Madureira; entre outros. O empresariado também marcou presença, com representantes de construtoras, loteadoras, incorporadoras e imobiliárias.

Werner iniciou a apresentação com informações contextuais sobre o mercado de imóveis, abordando interferências econômicas, políticas e sociais ao longo das décadas. Também trouxe conteúdos sobre taxas e juros que interferem no setor.  Entre as boas notícias atuais estão o crescimento de vagas de empregos formais e a intenção de compra de imóveis, entre 35% a 38%. Outro dado interessante, mas que pode gerar preocupação, é a demanda por imóveis no Brasil, que deve aumentar em 8,9 milhões até 2030.

“Tudo isso nos revela que pode haver falta de mão de obra muito em breve”, afirmou Werner durante a palestra. 

Em um segundo momento, o palestrante apresentou dados de Piracicaba, em comparação aos de outras cidades do interior paulista, as regionais que são acompanhadas pela Secovi-SP.

Com uma população de 407 mil habitantes, Piracicaba possui 145.803 imóveis, sendo 88,7% casas e 11,3% apartamentos. Isso caracteriza o município como “horizontal”. Entretanto, a maioria dos imóveis lançados nos últimos anos é vertical (apartamentos).

Em 2021, o primeiro e o quarto trimestre foram os que mais concentraram lançamentos. Sendo 11 empreendimentos ao todo, oito deles verticais e inseridos dentro do programa federal Casa Verde Amarela.

Dos três negócios lançados no último trimestre do ano, verticais e incluídos nas políticas públicas de financiamento, apenas um foi de padrão econômico (até R$ 253 mil) e os outros dois acima disso. 

A Brain Inteligência Estratégica também apresentou dados sobre as vendas de lançamentos em Piracicaba em 2021. Foram 1.588 unidades residenciais vendidas, predominantemente verticais. Um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 436,1 milhões.

No total de vendas, os imóveis econômicos (Casa Verde e Amarela) foram os que mais venderam, com 65,1%, os demais padrões representaram 34,9%. Isso fez com que a disponibilidade de imóveis em Piracicaba chegasse a 21,6% na média geral.

Comparativos - Piracicaba é a 6ª colocada em um ranking entre 8 cidades pesquisadas do interior, em unidades residenciais vendidas, com 2.032.  Acima de Bauru, com 1.219 e Baixada Santista, com 613 unidades. Os outros municípios são: Sorocaba, com 7.401; Campinas, com 6.551; São José do Rio Preto, com 3.549; Jundiaí, com 3.065; São José dos Campos, com 2.328.

O ranking não muda muito em relação aos imóveis lançados, sendo que Sorocaba ficou no topo da lista, com 6.859; e Piracicaba em penúltimo, com 1.867.

Conforme explica Werner, a adesão ao programa federal de incentivo ao financiamento de imóveis, Casa Verde Amarela, corresponde a 74% de imóveis comercializados na cidade. Um número bem maior que o nacional, em 40%.

Em números gerais, ele também destaca que Piracicaba teve uma velocidade de vendas de 53%. Esse número é considerado alto, por isso, juntamente com número reduzido de lançamentos, há um estoque baixo de imóveis no município.

Números em Análise - Segundo Werner, os resultados revelam possibilidades comerciais. “Piracicaba é a cidade regional da Secovi-SP com menor estoque se comparamos com outras de relevância demográfica parecida. Nossa leitura sobre isso é que existe um espaço para novos lançamentos, sobretudo de médio e alto padrão, para diversificar o mercado, que está muito concentrado no Casa Verde e Amarela”. 

Conforme explicou o pesquisador, ter imóveis que se enquadram nos programas governamentais não é um dado ruim. “Naturalmente, é onde se encontra a maior demanda imobiliária brasileira. Mas dada a capacidade demográfica e econômica da cidade, entendemos que existem mais possibilidades, especialmente considerando que os níveis de estoque de lançamentos estão baixos e que a tendência nacional é uma estabilidade de adesão em torno de 40% das comercializações”.

Para Werner, a situação piracicabana não decorre apenas da falta de vontade do empreendedor em investir em lançamentos, mas da delonga em licenciamento pelos órgãos públicos. “Entretanto, vemos um ambiente competitivo positivo em Piracicaba, que não inunda o mercado”.

O palestrante se considera um realista, nem com uma visão catastrófica e nem hiper otimista para o setor. “Os empreendedores estão acostumados a lidar com os desafios e é realmente um momento desafiador. Mas há vários indicadores apontando que o segmento imobiliário será novamente protagonista na economia brasileira, devido a pujança e a demanda que existe no Brasil e no interior paulista como um todo”.

O mercado imobiliário correspondeu a 4.6% do PIB brasileiro em 2021. Já a construção civil foi responsável por 9.7%.

Angelo Frias Neto também interpretou os números por um viés de construção. “No cenário de Piracicaba, o que mais nos chama a atenção é o estoque que temos disponível. São menos de 6 meses de consumo. Por outro lado, isso nos revela a possibilidade de novos empreendimentos. Não só na cidade, como no Brasil há uma crescente demanda por imóveis, que está além da capacidade do mercado de atender. O futuro, portanto, é muito promissor para quem conseguir  desenvolver produtos adequados aos desafios urbanísticos, ao momento mercadológico e a necessidade da população”.

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