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Pedro Fagundes de Borba

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Capitalismo terceiro mundista

28/8/2022 - São Roque - SP

    Quando o sistema capitalista surgiu, e foi se intrincando, tinham-se várias relações sociais em voga. As mais conhecidas e estudadas são as condições europeias, onde o sistema surgira, e tinha sua principal força. A hoje chamada centralidade do capitalismo. Nela, concentram-se os principais mecanismos, os maiores representantes e as bases sistemáticas. Ainda hoje, são os países que mais possuem esta força, juntamente com Estados Unidos.

     Destes mesmos lugares, posteriormente, ou até simultaneamente, começam a surgir às teorias socialistas, que contrapõem a lógica e os problemas capitalistas. Tomam várias formas, desde visões mais científicas e políticas, em que o socialismo científico de Marx é o mais conhecido, até visões baseadas em questões espíritas ou de aprimoramento humano. Eram estudos que queriam erradicar os problemas criados pelo capitalismo e contrapor seus defeitos.

     Durante o século XX, muitas das revoluções tinham como base questões socialistas. Podem ser citada como primeira a revolução mexicana, que embora tenha começado por outros motivos, englobou muitas questões sociais, como direitos trabalhistas e reforma agrária, escrevendo a primeira constituição em que estes eram clausula pétrea. Depois vieram maiores, como a russa, chinesa e cubana.

     Nada balançou mais o século passado, principalmente a segunda metade, quanto estas questões de alinhamento de países, na disputa de capitalismo e comunismo. Porém, isso se concentrava bastante primeiro mundo, o chamado capitalismo desenvolvido e o segundo mundo, o bloco socialista. No meio disso ficava o chamado terceiro mundo, os países capitalistas pobres.

     Nesses últimos, uma série de movimentos e políticas foi executada. Por vezes, pelo bem e a favor da população, outras vezes contra.  A favor da população podemos citar figuras como Getúlio Vargas no Brasil, Juan Perón na Argentina, Lazaro Cárdenas no México, Gamal Nasser no Egito, Indira Gandhi na Índia e Mohammed Mossadegh no Irã. De certa forma, um pouco também Broz Tito na Iugoslávia, embora este último fosse alinhado aos soviéticos. Todos estes foram importantes para seus respectivos países, ou por industrialização, ou políticas de melhora de vida ou então por melhor distribuição de recursos. 

      Com todos e problemas e contradições sociais, tais figuras viram alguns caminhos diferentes e conseguiram fazer política em cima disto. Assim promoveu-se melhor vida para estes lugares, dando-lhes um espaço capaz de ser mais vivo, se ter melhores condições. Mesmo não solucionando os problemas capitalistas, foi possível extrair algo um pouco melhor deste, principalmente no contexto dos problemas terceiro mundistas. Com políticas, dava para deixar melhor. Por tudo isso, são figuras interessantes e importantes, capazes de ver e fazer pensar hoje como extrair coisas melhores do sistema.        

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