Autor: Pedro Fagundes de Borba
Gilbert Keith Chesterton (G.K Chesterton) (1874-1936)
O mais estranho dos autores a me fazer ver Deus. É também o menos progressista entre as figuras citadas. Não é reacionário, apenas vê a preservação de algumas questões como importantes. Meu primeiro contato foi com as histórias do Padre Brown, que são ótimas. A maneira como o detetive de batina investiga e soluciona seus casos me remetem muito ao espíritos das pessoas, a maneira de entendê-los. São contos onde se mostra a visão do autor de forma mais completa, mais prática. De sua apologética, li o mais famoso, que é Ortodoxia. Me convenci a ler este livro pela maneira como o autor descreve a preservação dos ideais, e como fazer.
Tinha visões muito profundas e certeiras sobre o mundo e a realidade, sobre seus mecanismos, atores, fatores e ingredientes. Expressava isso literariamente em Padre Brown, teológica e filosoficamente em seus escritos apologéticos ou ensaísticos. Ainda que seu ideal político fosse muito abstrato, não deixava de enxergar questões relacionadas a política com uma sabedoria certeira, mesmo que não entendesse completamente estas realidades. Católico londrino, viveu em um período de muitas ideologias políticas, sabendo relacionar política e catolicismo. Apesar de não ser teocrata, vinha algumas relações no tema.
O mais marcante mesmo são seus contos policiais do Padre Brown, que demonstram um sofisticado entender das relações entre humanos, Deus e personalidades. Assim, traça uma representação artística e literária de como a realidade é, aumentando a quem vê, e fazendo com que se veja Deus. Sagaz como poucos autores, era o príncipe dos paradoxos.