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Pedro Fagundes de Borba

Autor: Pedro Fagundes de Borba

A padroeira das empregadas domésticas

24/9/2022 - São Roque - SP

     A questão do trabalho doméstico é uma das mais complexas e intrincadas de todas. Trata-se de serviço indispensável, por estar diretamente atrelado a casas, a lugares onde se mora. Por isso, nunca pode ser escapado, sempre tendo de ser feito por alguém. Feito principalmente pelas mulheres, por questões culturais e interpretações sobre a mulher, ainda hoje é assim. Tanto em casas sem empregadas quanto naquelas que têm contratadas.

     Poucas conhecem, mas empregadas domésticas possuem uma padroeira também. Falo das que trabalham com isto. É Santa Rafqa, santa libanesa do século XIX. Nascida no Líbano, em Himlaya, 1832, em família maronita, foi mandada pelo pai, durante época de penúria, foi mandada para Damasco, capital Síria, para ser empregada de sírios de ascendência libanesa. De volta, por ser considerada, boa, bonita e piedosa, tentaram arranjar casamento, tendo duas propostas.

     No entanto, terminou por abraçar a vida religiosa, nos mosteiros libaneses. Em alguns, foi cozinheira e desempenhou diversas funções. Ao se tornar monja com mais papel, viajou para diversas regiões do país como missioneira, divulgando, junto a jesuítas, o catolicismo a vários locais do país. Faleceu em 1914, em convento, após uma série de problemas de saúde, já tendo perdido movimentos e a visão.

      Tornou-se a padroeira das empregadas domésticas principalmente pelo tempo na infância em que trabalhou para os sírios. Ainda é invocada para proteção destas em diversos contextos. É também padroeira dos doentes. Levanta o símbolo de um tipo de serviço fundamental, também pelas condições em que o executou na Síria. Com a força que tem, ajuda a ver os meandros da vida e de seus trabalhos, sendo uma figura complexa e muito admirável pelo que fez. Vendo sua imagem de forma longa, é uma santa muito admirável e forte, a qual merece ser mais conhecida.

 
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