COLUNISTAS
Autor: Pedro Fagundes de Borba
Plano Real
9/10/2022 - São Roque - SP
Um tema importante para o Brasil recente. Pois se tornou a moeda corrente e, desde então, não parou mais de ser usada. Foi iniciado em 1994, como resposta a uma política econômica desastrosa, para que fossem contidos os problemas que vinham se causando. Criado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso tornou-se sua principal marca política, o que mais se associa a ele em termos de ação política. Foi algo importante para o contexto em que foi aplicado, tendo efeitos sentidos até hoje.
Para falar sobre o surgimento desta moeda, é preciso começar falando sobre a situação econômica do período. A inflação era o principal problema, a qual vinha se arrastando desde a redemocratização, no governo Sarney, eleito indiretamente. Durante este período, os produtos subiam de preço literalmente no mesmo dia, tornando-se cada vez mais inviável e instável o consumo. Isso vinha já de uma política mal aplicada por Sarney para resolver os rombos econômicos deixados pela ditadura. O qual, ao invés de resolver problemas da má administração econômica dos militares, ainda agravou, fazendo inflação aumentar ainda mais.
Depois, durante o governo Collor, não foram tomadas medidas eficientes para controlar a situação. Ainda deixou pior, através do confisco de poupanças, fazendo o dinheiro de inúmeros indivíduos brasileiros sumir. Por uma série de fatores, Collor é impichado, assumindo seu vice Itamar Franco. Que começa a impulsionar o Plano Real, junto com o ministro da fazenda e depois presidente, FHC.
Durante o governo Itamar e o primeiro de Fernando Henrique, há a aplicação do plano real, para estabilizar a inflação. Promessa cumprida, fazendo a economia um pouco mais viável. Houve uma série de críticas à época feita pela esquerda ao plano, que viam nele um arcabouço social, deixando condições de vida não tão melhoradas quanto poderia. Errados não estavam, mas, ainda assim, foi um plano importante, que estabilizou melhor o país, evitando que ficássemos sem moeda. Como aconteceria em países como Equador e Peru, que perderam suas moedas, usando dólares, emitidos pelo Banco Central Americano, o Federal Reserve. Num contexto de enfraquecimento e perda de moeda em vários países da América Latina, Brasil conseguiu se salvar, mantendo sua moeda.
O Plano Real é um exemplo interessante de uma política acertada no país. Que conseguiu trazer benefícios e fazer o país ter uma melhora, a qual está de pé ainda hoje, embora não tão bem quanto nos anos noventa. O Brasil é um país que vive muito de políticas acertadas, e muito pouco de plano de governo. Outro exemplo são uma série de programas de renda criados por FHC, que depois foram unificados no Bolsa Família durante o governo Lula. Que recentemente mudou de nome para Auxílio Brasil, durante o governo Bolsonaro. Todas as três versões são semelhantes politicamente, pois mexem no estado como uma forma de assistência e transferência de renda. Uma política acertada, absorvida pelo estado que continua. Que próximos governos saibam acertar a mão em políticas também.