COLUNISTAS
Autor: Pedro Fagundes de Borba
Contradições sociais
18/6/2023 - São Roque - SP
Como as sociedades humanas se organizam está enraizada nas características de cada uma destas mesmas sociedades. Elas se influenciam, quando coexistindo numa mesma época, absorvendo aspectos de cada. Porém, possuem raízes e características próprias, delas mesmas. Que surgem baseadas em seus fatos sociais, cultura e nas bases que mantém cada sociedade existente, faz com que seja real. Que se manifesta em seu estado e em suas instituições. Esta organização social se consolida e determina como será aquela sociedade e a vida dos cidadãos. E, em muitos aspectos e sentidos, suas personalidades e pensamentos.
Desde o século XIX, tendo tido algumas bases do século XVIII, predomina a sociedade capitalista. Que surgiu na Europa e posteriormente, muito pelo expansionismo e imperialismo dos europeus, chegaram a outras partes do mundo. O continente americano, por ter tido seus países formados a partir deste expansionismo europeu no contexto das grandes navegações, que antecede a consolidação capitalista, foram alguns dos que mais fortemente absorveram esta realidade e sistema social, por já terem esta raiz cultural e social. Desde então, este tem sido o sistema dominante, que conseguiu hegemonia.
Como sistema hegemônico, determina fundamentalmente as relações sociais e também possui uma relação e um poder muito grande sobre as instituições sociais, embora estas tenham sim certa autonomia política e social, mesmo sendo o estado capitalista. Este, com suas contradições inerentes, as transmitem e passam para as sociedades sob as quais conseguiu tal hegemonia. As contradições estão presentes, sobretudo na desigual maneira de se organizar e produzir. Pois, sistematicamente, ficam questões relacionadas aos mais fortes, que possuem os meios de produção ter o controle sobre a maneira como as coisas são feitas, além de dominarem aquilo que é à base do sistema, isto é, a posse de capital. Ao passo que os demais cidadãos, por não possuírem isto, trabalham para estes meios de produção, mantendo o sistema e a própria produção.
Tais contradições estão na base do sistema, por este ter como base a posse de capital econômico, produzido a partir dos valores agregados nos meios de produção e na própria produção. Tal jogo de capital vem de transformações estruturais das sociedades europeias, e que foram importadas para os espaços sob o qual o continente exerceu influência. Tais sociedades carregam estas contradições em maneiras profundas, que só poderão mudar com transformações sociais. Que só poderão ocorrer com o uso do estado e ações a partir deste. Através de questões políticas, bem como uma reorganização social e de suas bases, que consigam romper o modelo contraditório, isto poderá ser possível. Entender a organização e os fatos sociais, bem como o que os sustenta e move são fatores que tornarão possíveis ações de transformação social.