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Pedro Fagundes de Borba

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Realidade espírita

10/2/2024 - São Roque - SP

    Um debate sempre constante no espiritismo é sobre a realidade da doutrina. Realidade no sentido de corresponder, descrever o que existe. Pois lida com muitas coisas que não podem ser vistas e provadas racionalmente, embora se mostrem reais conforme os axiomas surgem e vão deixando buracos e lacunas. Nisto fica muito espaço para a incredulidade, mas ao mesmo tempo para a abertura, uma vez que se tornam inegáveis a complexidade do universo e as limitações tanto da ciência quanto do racional para o alcance de tais conhecimentos. Cientes da vastidão inexplicável, e dos axiomas presentes nas ciências os quais invariavelmente mostram como as coisas não se limitam ao empírico ou aquilo que só possa ser visto racionalmente, contrariando a lógica positivista.

     Com isto falado e posto, a verdade espírita se coloca principalmente pela capacidade de se estar atento aos diversos aspectos deste disperso, difuso e diverso universo em que vivemos. Que é gerido e realizado pela vida, em suas próprias e misteriosas essências, as quais vão muito além do que conseguimos ou podemos saber. Frente toda esta situação, toda esta complexidade, aquilo sobrando é, especialmente, o que nos transcende em diversos aspectos, muito especialmente os de compreensão e saber. O ser divino, Inteligência Suprema, aí se manifesta, uma vez que tudo que pode existir foi obra de algo maior, mais forte e poderoso do que conseguimos saber ou supor.

     Por esta realidade, o valor espírita se manifesta já a partir do momento em que se mantém seu tripé filosófico-religioso-científico, assim se fazendo presente e atento aos principais aspectos da vida, todos aqueles lados que levam a uma conclusão, a visões sobre o que a vida é e do que é feita. Assim, consegue-se estar vendo tudo isto acontecer e, mais ainda, manter a sensibilidade e o senso para tudo isto que acontece e está vivo. Essencialmente, o espírita consegue perceber tudo isto, aprimorando seus conhecimentos e sua presença, sempre percebendo e vendo o que de fato está sendo. Por esta percepção, também é constantemente atento aos espíritos encarnados e presentes, vendo o que passam e sentem tais encarnados, tais presentes.

    Juntando todos estes fatores, a realidade espírita se concentra especialmente neste fator de sempre podermos ver com profundidade e atenção aquilo que nos rodeia, que nos está presente. Porque tento esta atenção permite pescar todos estes aspectos da realidade humana e não humana. E dentro disto, superar as limitações positivistas e ter mais aspectos da realidade e do mundo. Esta sensibilidade mostra melhor tudo isto, fazendo com que possamos compreender vida e universo em sua complexidade. A realidade do espiritismo nisto se coloca. E se concretiza conforme tais aspectos se revelam e se relacionam com o mundo em sua profundidade. Ao geral, a atenção espírita se junta ao mundo.    

 
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